sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Educadores demonstram decepção com sua profissão

O reconhecimento do educador em nosso país está cada vez mais precário. É no que concordam os professores Yague Gomes, 37 anos, docente do estado e do município, sendo também, no horário da manhã, vice-diretor desta última e Célio Augusto de Castro, 34 anos, professor estadual e de uma instituição privada.

“Trabalho nesta área 60 horas, o que posso afirmar, é que a profissão de educador atualmente é bastante estressante, pois se trabalha muito para poder ter uma condição de vida "boa", porém não existe reconhecimento social em relação a importância do papel do professor na atual sociedade brasileira”, declara o professor Yague. A profissão de educador deixou de ser vista como um mestre do conhecimento, e a falta de interesse dos pais na vida escolar dos seus filhos deixam essa situação mais difícil. Conforme a professora aposentada Maria Socorro, que lecionava o ensino fundamental, uma das grandes causas dessa falta de reconhecimento e até mesmo de respeito do estudante perante o professor, acontece devido à ausência de uma boa base familiar, do acompanhamento dos pais durante o processo estudantil do seu filho.

Desrespeitos, e até mesmo agressões causados por alunos aos professores, já chegaram ao mundo da ficção. Na TV Globo, cenas deste tipo puderam ser vistas em algumas das suas novelas. Uma destas foi a Caminho das Índias, quando o Personagem Zeca, interpretado pelo ator Duda Nagle, desrespeita a professora Berê, interpretada pela atriz Sílvia Buarque, com o total consentimento dos pais. Com o professor Yague algo do gênero também aconteceu. “Já passei um momento perigoso. Uma aluna procurou me agredir com uma faca pelo fato de não lhe aprovar em uma das unidades do ano letivo, o detalhe é que esta aluna nem assistia às minhas aulas”, relata o educador.

O professor Célio Castro, que ensina em uma escola privada e do estado, faz uma comparação entre a falta de prestígio do professor nas duas redes. Para ele, na primeira ocorre por transformar este profissional em um prestador de serviço, e o estudante em um cliente, fazendo dessa forma, com que frases como: eu pago o seu salário, eu tenho os meus direitos, sejam ouvidas com freqüência nessas escolas. Já na segunda, falta de importância que se dá ao papel do profissional da educação, ocorre por não transformarem este trabalhador em uma referencia de vida para os seus educandos. “Acredito que toda essa discussão só terminaria com um processo de recuperação social do professor, não apenas na questão salarial, mas principalmente reconduzindo o professor ao seu patamar de referência”, conta Célio.

Um comentário:

Unknown disse...

parabéns Iuane e Yague pelas conquistas!!!muito interessante essa matéria,infelizmente é vida real.Acho também que a educação precisa ser assistida e começada da base familiar,para que os professores possam dà continuidade em sala de aula e alcançarem os objetivos pretendidos...Um grande abraço para vocês...